sábado, 14 de fevereiro de 2009

ENCONTRO II


16 de Janeiro de 2008

1. Rodada de apresentação: nome e um gesto. 15’
2. Explicar bases do projeto. Proposta de construção audiovisual. 5’
3. Ver “Zumbi Somos Nós”. 52’ + 8’
4. Discussão sobre os conteúdos e formas do “manifesto poético”. 20’
  • a. Narração - Palavra
  • b. Música - Som
  • c. Ação Cênica - Corpo
  • d. Intervenções (vídeo) - Imagem
  • e. As perguntas-chaves e pensadores
5. Levantar poeira e cheirar. 20’
  • a. Quais trabalhos similares que já foram desenvolvidos pelo CEACA?
  • b. Quais questões foram trabalhadas pelo CEACA?
  • c. Como a gente vê a capoeira neste processo?
6. Sistematizar com constelação de urgências 30’
  • a. Três palavras/cada um.
  • b. Cartografia
  • c. Leitura da cartografia
7. Trazer cada um uma gualharufa. Protocolo: uma tarefa que é uma reflexão participativa do grupo sobre as questões levantadas. 10’

8. Cronograma de trabalho 20’
  • a. Estabelecer os encontros semanais e ações pontuais
  • b. Estabelecer Fase I, II e III do projeto (pesquisa, ação e reflexão).

Relato:
1 - Abertura do ciclo - Roda de apresentação Xô Preguiça! Iniciamos este segundo encontro com um ritual de abertura. Antes de nos apresentarmos pelos nossos nomes, uma dinâmica foi proposta como meio de esquentar corpos e mentes para as próximas horas de trabalho. Este momento pedia para uma ação que simbolizasse abertura. Xô Preguiça! Um jogo teatral que faz com que seus integrantes joguem a preguiça do mundo fora. Nos aquecemos colocando num caldeirão imaginário toda preguiça lá dentro, quando o líder deste coro conta até 3, todos gritam Xô Preguiça! No final todos erguem juntos o caldeirão e o lança para uma porta ou janela que estejam abertas. Humor, ação pelo corpo e jogo em conjunto foi o primeiro passo para este início de trabalho. Olá! Como vai? quem somos? para onde vamos??? Trazer seu nome acompanhado de um gesto que o identifique. Dando continuidade ao Xô Preguiça, agora todos se apresentam em pé, em roda, em jogo, como a própria capoeira também assim o faz. Uma pessoa se apresenta no grupo e todos refazem seu gesto junto ao seu nome como forma de reproduzir e reconhecer símbolo de cada um coletivamente, e assim se segue, um a um. Foi a prática encontrada para o que acreditamos ser significativo para um círculo de nomes, um caminho a ritualizar o “quem sou” e o “como me vejo de cada um”, de nos apresentarmos através de algo mais simbólico, representar um pouco nossa prática artística e já identificar potencialidades através de um exercício simples , de integração e de representação de um individuo pelo seu código pessoal. Todos o fizeram sem nenhuma hesitação. Risos e corpos vivos permearam a roda. Muito prazer somos Mestre Alcides, Daniel, Soneca, Esquilo, Daniela, Mestre Dorival (Seu Durval), Zito. 2 – Apresentação das Bases do Projeto ao grupo todo. Explanação da proposta de Encenação Audiovisual. Apresentação do vídeo Zumbi somos nós. Zumbi somos todos Nós!... Abrir uma roda de reflexão a partir de jogos corporais normalmente nos solicita continuidade por estes mesmos meios. No entanto, optamos por sentarmos e seguirmos com a conversa, apresentamos os eixos norteadores do projeto. O que foi muito rico, porém um desafio nos foi colocado. Descobrirmos práticas que transitem por estes dois caminhos, como uma ação gestual pode se entrelaçar a uma prática mais reflexiva? E ainda assim, o ritual seguiu. Pois, para a apresentação de idéias, referências e discussão sobre arte e política, Daniel trouxe o vídeo Zumbi Somos Nós, da Frente 3 de fevereiro. Silêncio na sala por 52 minutos. A linguagem áudio-visual também se apresenta neste dia. Olá eu sou a camada multimídia, e muito presente me faço neste processo. Observar os corpos como reagiam a medida que se seguia o vídeo era uma de nossas missões também. 3 – Discussão sobre os conteúdos e formas do manifesto poético Agitar e cheirar. Respirar, respirar, respirar... Após o vídeo – primeiramente um copo de água. A partir das observações sobre o que viram nestes 52 minutos de um filme de pura “ação”, coletamos olhares e levantamos questões: Mestre Alcides se coloca, como sempre um Mestre e traz a partir de suas experiências o que pensa sobre o racismo imposto hoje, sobre esta tal “invisibilidade” que nosso corpo social ainda persiste em dizer que existe. Falou de como trabalha na escola, sobre o início de um mundo-África apresentado às crianças, do significado da árvore BAOBÁ e de seu ritual do esquecimento. E do quanto nos esquecemos. Seu Durval não se colocou ainda. Zito traz referências históricas, fala das páginas que os livros de escola não contam. Aos poucos fomos direcionando a conversa, os relatos eram o essencial do dia e fizeram o corpo deste diálogo. Questões norteadoras: 1- Quais os trabalhos similares que já foram desenvolvidos pelo CEACA? 2- Quais questões já foram trabalhadas pelo CEACA? 3- Como vemos a capoeira neste processo? 4- Seu Durval e seu olhar sobre o mundo. [Um tópico que surge inesperadamente neste momento e nos surpreende] Todos trouxeram referências. Mestre Alcides diz que material eles têm, mas caberá a nós direcionarmos o trabalho. Que assim eles preferem. Mais uma vez persistimos pela obra conjunta que será desenvolvida a partir dos desejos e decisões de todo o grupo. Por vezes a mente ecoava uma pequena voz lá de longe: Puxa, porque todas as escolas e meios de vida não dialogam sempre desta forma, mais soluções, menos impasses e bloqueios? Os corpos pouco resistem e assim o espaço dialógico surge de fato para todos nós. Para fechar Seu Durval, então, se coloca e não foi nenhum um pouco formal. Falou pelo seu saber, pela sua "sabença", como assim dizem os senhores contadores. Foi sua arte quem veio a tona. Cantou, fez poesia e disse que só assim poderia dialogar. Está feito. Nosso Mestre, cantador, contador, Griô, poeta, palhaço e brasileiro de Pernambuco se delata para o espaço. Mestre Alcides não está longe desta persona e ambos se complementam. 4 – Constelação de Urgências Trouxemos uma prática que fosse um veículo em comum nos nossos trabalhos e que nos ajudasse a visualizar o caminho da conversa. Levantar uma cartografia do que foi dito. Cada um coloca no quadro 3 palavras que simbolizem o que está sendo discutido. Em seguida, lemos e fazemos uma breve analise deste mapa. 5 – Respirar, criar e agir A partir das urgências e desejos colocados na cartografia o passo que se segue para o próximo encontro será cada um trazer uma ação/intervenção/número que identifique e nos faça refletir sobre estas palavras. Como proposta estética propomos 4 eixos motores: Palavra – Som – Corpo – Imagem Mestre Alcides complementa: é possível que todas essas camadas estejam presentes numa única ação? Bem como todo o grupo gerar esta intervenção sem que seja individualmente. Decidimos que sim. Embora em algum momento, possamos também nos trazer mais individualmente. No teatro, Bertold Brecht defende a pedagogia dos protocolos, solicitando aos seus atores ações/intervenções que protocolem o que foi levantado em grupo dentro da linguagem estética que cada ator identifica para aquelas questões: um texto, um objeto, um jogo, uma instalação. Este foi um dos caminhos escolhidos. Daniel e Daniela farão conjuntamente. O tempo para definição do restante do cronograma ficou curto, mas qual será o próximo encontro já está fechado. Quinta feira a partir das 18h30.

Nenhum comentário:

Postar um comentário