Investigação-Ação na Favela São Remo

28 de Fevereiro de 2009

A ação BERIMBAU consiste em deixar o berimbau, instrumento musical com forte simbologia, num espaço público e esperar a reação. Seguindo a mesma lógica, deixaremos também o atabaque e o ganzá. Diferentes contextos revelarão diferentes relações socias com a cultura afro-brasileira.
A proposta de fazer os instrumentos como personagens, numa formação básica (berimbau-mestre, atabaque e ganzá) num mesmo contexto.
Os passantes se perguntarão "porque isto está ali?". A resposta será a sua reação. Nós, Afrofuturismo, não procuramos encontrar a reação negativa para garantir o conflito da ação. Procuramos investigar... A escolha do contexto pode ser garantir respostas esperadas, como o confronto em colocar os instrumentos em espaços de religiões que demonizam a cultura afro-brasileira, ou ainda, num sentido oposto, mas também previsível, colocar numa quadra de Escola de Samba.
A captação será feita em três planos básicos:

• Geral (enquadrando os 3 instrumentos);
• Plano Médio (focado no instrumento, sem o rosto das pessoas);
• Subjetiva do instrumento (talvez somente do berimbau, em quadro redondo).

Roteiro de perguntas:
O que te lembra quando vc ouve/vê o atabaque/ganzá/berimbau?
Referência: Vídeo Galinha (objeto-analisador) do coletivo Bijari.
http://www.youtube.com/watch?v=g1qcsjJYNgI&feature=channel_page
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Relato da Ação Berimbau I - Veja o vídeo abaixo.

O OLHO DO BERIMBAU
Com uma câmera e uma cabaça fizemos a câmera que gravaria os planos subjetivos do berimbau. Fixamos a cabaça na lente da câmera. O resultado foi muito expressivo. A subjetiva pode funcionar como um fio narrativo e condutor: o olho de um berimbau que visita lugares, pessoas, gera encontros. O berimbau abre seu olho e vai em busca de sua história.
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O ATABAQUE CHAMA
O BERIMBAU SAGRADO
O GANZÁ INVISÍVEL
A Ação Berimbau previa os intrumentos na rua, sozinhos. Neste primeira etapa nos interessava a reação das pessoas perante o objeto estático no espaço público e também a não-reação de quem por ali passava.
Os instrumentos geraram diferentes reações. O berimbau mantem uma “aura” de proteção que espanta o toque. O ganzá desaparece na calçada. O atabaque convida ao toque e gera interação.
Fizemos também, em seguida, a experiência dos mestres tocando os instrumentos – novas reações. A rotina local se altera sutilmente. Mestres tocam cada um seu instrumento. A roda se faz.
Depois entramos em duas casas de família. A idéia seria obtermos imagens de dentro das casas. Os mestres tocando os intrumentos e as famílias e crianças da vila seguindo com suas rotinas. A tv ligada. Por fora os que passassem somente ouviriam o som dos instrumentos - ninguém da equipe por perto.
Estas duas ações foram muito significativas enquanto pesquisa e experiência vivida. Pouco funcionais para ação externa sonora e enquanto imagem para o video. A ação de manter os instrumentos escondidos e o som a agir lá fora e causar reações não funciona. O som local é muito mais forte e presente.
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SEU DURVAL E SUA FILHA NO CÔCO
Aqui Mestre Durval do Côco, um antigo conhecido do olho berimbau, intervêm no espaço como ele é. Um palhaço, um contador, um cantador, um improvisador, uma criança, um velho. Livre e a vontade pelas vielas, ele nos traz a história pela música, pelo jogo, pelo côco. Nos convida para a casa de sua filha, eis uma grande surpresa do dia. Uma mulher que toca tambor, de toques fortes e voz belissima, nos surpreende com um repertório riquissimo de côco. A “sabença” de seu pai foi herdada e ambos improvisam e cantam juntos. Numa sala de dois metros quadrados nos reunimos todos ali e finalizamos a ação do dia.
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CONCLUSÃO
• Realizar mais uma investigação-ação na cidade. A segunda se dará num espaço que chamamos de espaço-contraste em relação a Favela São Remo. No entanto, não deve ser um local a delatar e ilustrar a fronteira “rico e pobre” no Brasil.
• Gravar a reunião musical com maior qualidade. Captação de áudio em canais separados. Duas câmeras + câmera berimbau. Obs: Isso já está marcado e vai acontecer no domingo (15 de Março).
• A câmera-berimbau funcionou muito bem!

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Produção:
02 câmeras de vídeo – Dani e Daniel
01 tripé de vídeo – Daniel
01 câmera subjetiva – Cabaça cortada e fixada na câmera - Daniel
01 câmera de fotografia – OK
01 microfone lapela
Carta de Autorização - Dani
Berimbau - CEACA
Atabaque - CEACA
Ganzá - CEACA
15 Fitas minidv - Daniel
10 Água 500ml – Dani
Equipe:
Câmera I - Carol
Ass Câmera I - Sonequinha
Câmera II - Evelin
Ass Câmera II - Soneca
Câmera III -
Ass Câmera III -
Coordenação – Daniel e Dani
Músico Berimbau – Mestre Alcides
Músico Atabaques – Mestre Dorival
Músico Ganzá – Mestre Durval
Fotógrafo - Diana
Roteiro Disparador:
O que te lembra quando vc ouve/vê?